Estamos Vivendo na Era da Demência?

Vivemos tempos onde a mente humana parece ter se tornado um campo de batalha. Ao olharmos ao nosso redor, é quase inevitável não se perguntar: estamos na era da demência? Uma era onde, ao invés de refletir sobre o próprio poder de discernimento, muitos preferem ceder suas mentes, opiniões e ações a outras pessoas ou sistemas, como se terceirizar o pensamento fosse um atalho para a verdade.

Hoje, vemos indivíduos dispostos a cometer atos extremos, até suicídios, por causas políticas e ideológicas, esquecendo-se de que a vida é um bem inalienável. Em nome de bandeiras e líderes, abrem mão de si mesmos, anulam a própria identidade e entregam-se a batalhas que pouco lhes dizem respeito diretamente. É uma nova forma de guerra psicológica, onde o próprio soldado se sacrifica sem perceber que está perdendo a luta.

Paralelamente, a retórica do ódio tomou espaço no discurso público e privado. As pessoas propagam o antagonismo com uma facilidade assustadora, em uma busca incessante por inimigos, por divisões, em nome de um suposto “bem maior”. Mas qual é esse bem maior? É possível que ele sequer exista. Esse ódio cego tem levado a uma insana aceitação de pautas que, ao invés de promoverem progresso e direitos, frequentemente acabam por retirar liberdades e direitos que levaram gerações para serem conquistados.

A situação é ainda mais alarmante quando olhamos para a desigualdade econômica. Vivemos em uma época onde a manipulação do discurso é tamanha que muitos defendem, sem perceber, o fortalecimento de estruturas que agravam as próprias dificuldades. Pessoas de classes mais baixas, economicamente vulneráveis, defendem direitos e benefícios que, ao final, apenas favorecem aqueles que já possuem riquezas e poder, perpetuando um ciclo onde “os ricos ficam mais ricos, e os pobres, mais pobres”.

Por fim, esta “era da demência” nos questiona profundamente. Será que estamos escolhendo perder a capacidade de pensar criticamente? Estamos abrindo mão de nossos cérebros, de nossa humanidade? Que tipo de sociedade estamos alimentando ao aceitar passivamente um sistema onde a ignorância, a alienação e a divisão se tornaram virtudes?